agosto 16, 2015

Mãe de menino

Antes mesmo de começar a namorar o Rodrigo eu já brincava de ter o nome de meus filhos escolhidos. Quer dizer, apenas em caso de meninas. Apesar de algumas pessoas me dizerem que eu tinha perfil de mãe de menino, - e eu nunca entendi que raio de perfil é esse - eu não me via cuidando de um garotinho. Até ter um "menino" em casa. Meu laço afetuoso com meu Gato me mostrou que os meninos são muito companheiros da mãe e são traquinas de uma forma incrivelmente divertida! Eu não tinha comparativos com crianças, porque meus irmãos já eram adultos quando nasci e meus sobrinhos perderam a mãe cedo, transferindo o afeto ao pai.

Quando meu Gato partiu eu só me via mãe de menino e o nome que nunca havia passado pela minha mente estava escolhido de uma maneira fácil e clara. Se essa era a missão dele aqui, cumpriu direitinho. Por esse motivo, quando me descobri grávida no início do ano eu não tinha dúvidas de que era um menino. Era a minha promessa de Deus, o meu garotão estava vindo para meus braços tal e qual a promessa. Não vou entrar em detalhes dessa promessa e do significado que ela tem na minha vida, mas Rodrigo e eu sabíamos com toda a certeza de que seria um menino, apesar da família, agora, dizer que achava que era uma menina. 

Quando fiz a ultra em junho e o médico apontou com diversas setas o pintinho dele eu sabia que meu filho amado estava vindo para mim, como Deus prometeu. Foi o maior acalento na alma que senti. Aliás, sentimos, marido e eu. Era muito bom, eu me sentia realmente abençoada! Ali estava a certeza de que nossa história estava escrita. Ivan estava vindo!



E então me bateu o estalo, alguns dias depois, de que eu seria mãe de menino. E me veio um monte de responsabilidades, mas a primeira dela era: preciso educá-lo para não se tornar um homenzinho de merda. Desculpem o termo, mas foi exatamente assim que pensei. Eu conheço e vivi diversos casos de machismo, de agressão, de abandono e covardias. E foi então que eu percebi que todo bom exemplo que eu posso dar eu vou querer dar. E graças a Deus tenho uma visão masculina exemplar para ele, já que Rodrigo também pensa como eu de não querer criar filho "de merda" para a sociedade. 

Por isso que quando as pessoas me perguntam como eu me vejo sendo mãe de menino, eu digo que da mesma maneira como seria mãe de menina e se me afirmam que menino é mais fácil, eu já respondo com diversos argumentos, porque pra mim não parece tão fácil com uma sociedade tentando empurrar goela abaixo que eles podem tudo ou são seres superiores (como ouvi na última semana). Venho descobrindo essas diferenças entre bebês desde que soube que teria um menino. 

Até mesmo para comprar enxoval foi uma odisseia! Eu queria fugir do azul claro a todo custo, porque sabia que eles seriam maiores nos presentes e acredito que as cores não podem nos limitar. Busquei laranja, verde, amarelo, marrom, vermelho, azul marinho, mas o bendito azul claro continuava em tudo que víamos - e sempre nas peças mais lindas. Me rendi a ele, como me rendi ao rosa. E não, não é para chocar, é porque pra mim é uma cor qualquer. "Seu filho vai ser gay", cheguei a ouvir. Claro, porque todos os gays só vestiram rosa na infância e todos os heteros só usaram azul claro. Certão. E se for, o que eles tem a ver com a vida afetiva do meu filho? - que por sinal ainda está na barriga.

E foi sendo mãe de menino que descobri uma série de imposições, preconceitos e visões de merda de como seria a vida. Não vai ser fácil. Rodrigo e eu concordamos em 99% das coisas em relação à criação do Ivan e acho que é isso que importa. Os "conselhos" de quem nem da família é eu ignoro e os que são do nosso laço tratamos de cortar, porque afinal: os pais somos nós. Não gostou? Eduque os seus como bem entender.

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Priscilla
Priscilla

Mãe, esposa, jornalista e dona de casa. Adora cuidar do lar, de música e gatos. Aquela dos olhos coloridos.

2 comentários:

  1. Super post! Sempre que penso no nome dos filhos só consigo pensar em meninos, mas tenho exatamente a mesma preocupação que você: não criar um homenzinho de merda. Me preocupo mesmo sem estar próximo de ser mãe, imagino que o sentimento deve ficar ainda mais forte quando os filhos já estão a caminho. Bjo

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  2. Sabe o que é engraçado? Meu filho quando usa vermelho tem gente AINDA que pergunta se é menina ou já falam: Nossa que linda sua filha! Tipo OI? hahahaha é sacanagem essa mente das pessoas! Beijos

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