janeiro 12, 2015

Por que você faz dieta?


Todo início de ano é a mesma coisa: as pessoas fazem mil resoluções para os próximos 12 meses e, para a maioria, fazer dieta é uma delas. Eu me assusto um pouco com a quantidade de pessoas à minha volta que iniciaram 2015 se privando de diversos alimentos, sendo elas de que peso for ou se comeram de tudo no Natal ou não. Primeiramente, se privar de algo não faz parte de dieta e sim de regime.



O regime consiste em uma restrição de um ou mais alimentos através da qual se persegue um resultado em curto prazo, mas que sempre acaba. O regime pode ocasionar o efeito sanfona, uma vez que nem sempre se leva em conta a saúde do corpo – afinal, ficar sem comer determinado alimento pode causar deficiência de vitaminas.

Em outra ponta está a dieta: uma mudança nos hábitos alimentares, podendo ser a longo prazo, com um objetivo a alcançar (colesterol alto, diabetes, ganho de peso). Em outro extremo – e esse é o que mais gosto – está a reeducação alimentar, que ensina um modo de se alimentar corretamente. É algo sem data para terminar, porque você estará reeducado e não mais precisará fazer dietas ou regimes.



Já diz a conhecida frase: o problema não é o que você come entre o Natal e o Ano Novo, e sim o que você come entre o Ano Novo e o Natal. Se você quer chegar ao final do ano comendo panetone, rabanada e peru com farofa sem culpa, adote um modo de se alimentar corretamente! Fazendo isso, você não vai mais precisar entrar em paranoias de motivos reais para emagrecer. Afinal, se você já come tudo certo, seus exames de sangue estão normais, por que se preocupar?

Muitas pessoas apenas seguem o fluxo e repetem a palavra “dieta” como eco, sem nem perceber o real motivo e necessidade de uso. "Passou na tv uma reportagem sobre dietas em janeiro", "Artista tal exibiu barriga chapada um mês após parir" ou "Tá na moda no Instagram". São pessoas dominadas pela mídia opressora que exibe e exige corpos perfeitos (como se existisse um). São homens que criaram um padrão para a mulher - cintura fina, coxa grossa, seios e bundas fartas – mas não pode ter celulite, estria e nenhuma pinta.

Aí eu viro e me pergunto: para quem queremos ser perfeitos, para quem estamos deixando de comer o que gostamos, para quem compramos dezenas de cosméticos? Estamos repetindo sem perceber preceitos de antigamente, com a tortura de agora e com ferramentas mais agressivas (ou vai dizer que hashtag Carol Buffara não é um taco de beisebol na fuça?). As crianças estão seguindo nossos exemplos. Vamos começar a mostrar para eles que sim, é possível comer de tudo, contanto que tenhamos parcimônia. Tudo que é demais faz mal. Vamos ensinar que comer couve-flor pode não ser tão interessante quanto uma batata frita, mas que é possível conciliar os dois durante a semana. Equilíbrio é a palavra de ordem.

Trecho do livro "A Beleza Impossível" de Raquel Moreno
Trecho do livro "A Beleza Impossível" de Raquel Moreno

Não queremos jovens adolescentes com bulimia, revoltados contra o sistema opressor que não os aceita como são. O problema está em não ter limites e tudo é um processo de educação. Você não vai morrer se não comer aquela coxinha no aniversário, outros salgados virão e eles podem ser mais saudáveis. Você não vai morrer se não der um gole de refrigerante na vida, assim como não vai cair duro só porque rejeitou um chocolate. Isso não é errado, não é pecado e nem desumano.

Já falei em alguns posts aqui da minha reeducação alimentar. Eu tive que fazer dieta restritiva durante uns meses e vi meu colesterol baixar. Voltei a comer algumas bobagens que eu já gostava, mas até hoje se almoço fora vou direto nas saladas e confiro todo o buffet antes de pegar a primeira colherada. Eu ainda monto o prato mentalmente antes de sair pegando tudo que é gostoso. Não coma como se não houvesse amanhã. Muita gente desconta a ansiedade ou estresse na comida. Nessas horas é sempre bom lembrar de quem passa fome, porque você se situa na gula em que está prestes a se meter. Quando nos tocamos que tem tanta gente vivendo com farinha e água, fica mais fácil de aceitar apenas uma colher de arroz ao invés de três.

Meu conselho é: tente fazer a reeducação alimentar. Ponha a saúde e projeto de vida à frente da estética momentânea. Vai chegar uma hora que nem toda restrição do mundo irá segurar os efeitos da natureza.



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Priscilla
Priscilla

Mãe, esposa, jornalista e dona de casa. Adora cuidar do lar, de música e gatos. Aquela dos olhos coloridos.

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