agosto 03, 2012

2006

Depois que escrevi o post sobre saudade no dia 1º fiquei pensando um bocado nessa época que vivi. E o mais engraçado é que não me vinha à memória os momentos ruins, - e não foram poucos - mas vieram todos aqueles momentos únicos que vivi. Foi tudo tão novo e diferente em 2006, uma liberdade tão incrível na minha vida! Foi nessa época que passei a viver cada dia como o último, vivi agindo e falando como se não tivesse nada a perder. E na verdade nem tinha!

Para quem havia tido tantas perdas e derrotas, eu tinha aprendido a me virar sozinha e não ligar pro que falam. Foi o meu momento offline. E mesmo achando que iria ter sossego ao ficar afastada do mundo virtual que alimentava a fofoca alheia, vi que não teria. Mas só descobri isso quando voltei a ter contato com a internet.

Essa fase offline guardou as lembranças mais felizes de 2006 e são essas que acabei me lembrando. Das festinhas em casa de amigos, da academia, da rotina de trabalho incansável (acho que nunca trabalhei tanto como nessa época), dos cursos, das cervejinhas no meio da semana, dos rodízios de pizza sem hora marcada com antigos amigos...isso fez meu 2006 valer a pena.


Se por um lado eu diga que 2006 foi o pior ano da minha vida - e talvez seja - por outro ele foi um divisor de águas. Tudo o que aconteceu nele serviu para construir uma nova Priscilla. Comecei o ano terminando um namoro fracassado desde o seu início,  muitas pessoas se viraram contra mim por causa desse término e por coisas que eu disse, mas pude ver exatamente quem era quem nesse momento. Uma gota se transformou em cachoeira e quando me vi tava no meio de uma intriga e fofocada que faria Gossip Girl fichinha. Em meio a tudo isso uma crise financeira em casa, mudança de cidade, cunhada doente e uma pressão sem fim em cima de mim para que fosse forte o suficiente. Alguém sabe o que é depressão? Pois então, tive. Mas saí dela quando vi que estava me afundando e me destruindo. Vi que quem merecia estar na merda era quem ficava de leva e traz, quem inventava coisas ao meu respeito e colocava palavras na minha boca. Se eu fazia A, diziam que eu tinha feito ABCD. Quando enxerguei que eu tava tendo o que pedi (meu pedido de aniversário e reveillon foi que tirasse da minha vida quem não me acrescentasse em nada e me fazia mal), fui me reerguendo e agradecendo a Deus por tudo o que eu tava me livrando. Se foi divertido enquanto estive ali, pra sair tive que pagar um preço. E valeu cada centavo.

Foi estando afastada virtualmente que pude ver o que eu queria. E quando voltei ao mundo virtual meses depois soube que as coisas continuaram em um ritmo intenso, onde até filho me arrumaram e me acusaram de perseguir alguém ao qual eu caguei desde as primeiras palavras do ano. Felizmente o tempo é senhor da razão e ele mostrou quem era o certo e o cagado. Teve quem quis correr atrás do prejuízo e até dei segunda chance, mas sem confiança fica difícil ir adiante. Descobri que de 10 coisas que me acusaram, 9 foram feitas por elas mesmas. Ri e me diverti. 


E quando eu já estava reerguida, terminei o curso, larguei o trabalho, a academia e fui me jogar em novas coisas. E foi nesse momento que encontrei o amor e ele está comigo até hoje.

Tem como dizer que esse foi o pior ano da minha vida? Só me ensinou, tirou da minha vida gente nula e falsa, me deu oportunidades de crescimento e mesmo com as tristezas corriqueiras e perdas familiares (além da cunhada, um tio), me senti mais que acolhida pela família, voltei ao convívio com os amigos de verdade e à liberdade da vida sem frescuras que eu tinha antes da gentalha entrar na minha vida.

Ouvir Jamiroquai me faz voltar a muitas lembranças. Bem como outras várias canções...diversas delas me passavam mensagens quando eu mais precisava. Quando me vinha lembrança ruim e um ódio que me dominava o peito, logo tudo passava quando eu via que minha realidade tava valendo muito mais.

Os xexelentos continuaram a tentar me perturbar e me atingir, talvez com a finalidade de que eu desse motivos pra falarem de mim. Mas eu tava muito bem curtindo o que eu tinha.

Terminei o ano no melhor reveillon da minha vida, compensando o último e todos os outros da minha vida. Foi inesquecível! Não foi só para brindar o ano novo que chegava, para mim foi uma forma de festejar o término de um ano completamente cheio e intenso.


E 2006, que hoje me trouxe lembranças, não deve mais ser lembrado como o pior ano da minha vida. Alguém que se reergueu como fenix e conseguiu tudo o que queria e merecia só tem a agradecer a intensidade com que a vida fez esse ano. Ele me ensinou muita coisa que levo pra vida toda.

E a cada música que ouço só tenho lembranças boas, o que indica que o que fizeram ou tentaram contra mim não serviu pra bosta nenhuma. Fica aqui apenas a saudade de quem não volta mais e a alegria de quem provou que o caminho do bem é só um. Certamente foi esse bem que me pegou pela mão e me pôs onde eu deveria estar.


ps: tem taaaaanta coisa pra contar de 2006, que daria um blog só do ano. Por isso prefiro entrar em detalhes numa mesa de bar. ;)
Priscilla
Priscilla

Mãe, esposa, jornalista e dona de casa. Adora cuidar do lar, de música e gatos. Aquela dos olhos coloridos.

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