abril 07, 2010

Episódio - Enchente 05/04

Hoje eu vou contar pra vocês o perrengue que passei na noite de segunda-feira pra voltar pra casa! A história é grande, pega a pipoca e senta.

Como muitos devem saber, choveu muito desde a tarde de segunda, não parando a noite toda, na terça a chuva continuou e nesta quarta-feira resolveu dar uma trégua.

Pois bem, já havia chovido na madrugada de segunda, mas quando saí para trabalhar estava um céu nublado, porém com aquele bafinho de calor. O que eu não esperava é que fosse chover como choveu e saí toda trabalhada num dia qualquer sem chuva. Eu acreditava que a chuva fosse parar até a hora que eu saísse da redação, mas não parou.

Quando saí do prédio do jornal, que atravessei a rua, a sensação que tive é que estavam jogando baldes de água em cima de mim! Meu guarda-chuva não dava conta! No ponto de ônibus todo mundo encostado na parede de uma bar e de um hotel, parecia dia de fuzilamento. Todos, com exceção de mim e de uma senhora.
Eu tinha esperança que o ônibus fosse passar logo, mas depois me dei conta que o próprio ônibus devia estar ilhado em algum lugar, porque o tempo passava e nada de ônibus nenhum passar.

Após longa espera eis que tomo um pingo na cara.
-Como assim, deve tá de sacanagem comigo, né? Eu de guarda-chuva tomando pingo na cara?
E tomei mais, e as mãos ficavam molhadas porque a água escorria pelo cabo do guarda-chuva. Meu cabelo tava molhado. SIIIIM, meu guarda chuva tá com vazamento!!!
Maldito, vagabundo!

E depois de muito fazer rir quem estava no ponto do ônibus com minha sessão "nessa casa tem goteira", o busãozinho passou!
Lotaaaaado!!!Mas fui. Consegui sentar por obra divina.

Pensei em ir até o ponto final do ônibus e voltar pra ele me deixar mais perto de casa, mas como vi que por causa de uma obra, ele me deixaria mais perto do que o trajeto normal, decidi descer nesse lugar porque achei, veja bem, ACHEI que seria melhor.

Começa a saga:
Desce do ônibus, quase perde o sapato (Melissa como é plástica, com água faz com que eu vire o pé com mais facilidade), abre o guarda-chuva, esfola o dedo no guarda-chuva, toma cantada de mendigo, atravessa rua e sente um alívio.
-Nossa nem encheu por aqui!
Cala-te boca! Uns vinte passos vejo a primeira poça. Contornei e pronto. Mais uns passos, outra grande poça.
-Priscilla, pensa! Se pular pode perder o sapato e arrisca de molhar mais ainda a roupa. Você pode virar o pé, cair e piorar a situação.
Fui andando pela poça e afundei meu pézinho lindo e cheiroso naquela água suja, barrenta e provavelmente cheia de merda de pombo. Ugh!

Quando cheguei no meio da rua (porque sem chance de andar pela calçada) vi que não tinha praonde ir. Resolvi então seguir por uma rua que eu conheço que dá na minha casa do mesmo jeito. Incrivelmente ela não estava alagada! Incrivelmente por quarenta passos. Logo veio a poça Mãe e quebrou comigo.
Parei pra pensar o que fazer, porque tinham dois botequins abertos...e juro que pensei em entrar e esperar a água baixar. Nisso veio um carro com toda força e passou na poça. A luz!!!!! Quando o carro passa...a água se esvai e abre caminho...pelo menos conseguiria ver o chão. Enquanto ficava feliz e fagueira com isso, vem um carro lá longe e ignora que eu estou no meio da rua tentando passar pela poça. A toda velocidade ele vem e splaaaaaaash na Priscillinha. Só tive tempo de tirar o guarda-chuva da cabeça e proteger o corpo. E ah, gritar um filho da puta.

Quando ele passou fui atrás, aproveitando a água que esvaiu. E fui no passo do elefantinho, pra não perder a melissa. Nisso a água que escoou, voltou! E adivinhem!!! Em três passos eu estava com a água no joelho!
Foi tenso.

Quem me conhece sabe que tenho nojinho de qualquer coisa molhada quando estou seca. Imagina molhar minha roupinha, meu sapatinho e pé naquela água imunda.
Mas, para minha própria surpresa, mantive a calma e ia num passo de cada vez prestando atenção ao que tinha no chão. O povo do buteco tava me olhando muito estranho, tipo "aquela louca". eu era a única pedestre ali. Aliás nesse trajeto todo as únicas pessoas que vi na rua foram o mendigo, um senhor que ficou parado no meio da rua sem saber o que fazer e o povo do buteco.

Quando finalmente fui pro raso (parece que to falando diretamente da piscina, mas é isso aí) deu um alívio tão grande!! Suspirei porque não poderia vir coisa pior.
E eu moro num condomínio que fica no alto de uma ladeira. Quando entro na rua da ladeira: cachoeiraaaaaaaaaaaaaaa!!
aeeeeeee

Já tinha perdido a dignidade na última poça mesmo, e enfrentei a cachoeira de lixo vindo na minha direção.
Cara, vocês não tem noção! Rua inclinada, água descendo, sapato cheio de água...tava difícil caminhar. Lembrei de como Jesus conseguiu caminhar sob as àguas...

E sabe, ninguém na rua!! Não passa ninguém nessa hora e oferece carona.
Quando atravessei a porta do condomínio, me senti chegando de uma maratona! Abri a porta de casa jogando sapato, guarda-chuva, mochila e tirando as calças e correndo pro banho. Tomei um banho completo e tratei de limpar muito bem os pés e as pernas. Até alcool eu passei depois.

Mas enfim, esse foi meu relato da chuva, ontem fiquei ilhada em casa sem poder sair...mas hoje o dia segue normal. E que no fim do dia não venha chuva de novo.
Por via das dúvidas, vou de tênis.

bju
Priscilla
Priscilla

Mãe, esposa, jornalista e dona de casa. Adora cuidar do lar, de música e gatos. Aquela dos olhos coloridos.

Um comentário:

  1. Amiga que coisa essa chuva por aí né? a gente ve tanta notícia triste, mas com esse seu post dei boas risadas por lembrar que meu guarda chuvas é igual ao seu rsss ta com goteiras rsss


    bjim flor e boa quarta feira pra vc!

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