janeiro 11, 2017

Pagode anos 90


Houve um tempo em que quase todas as rádios brasileiras só tocavam pagode. As bandas, compostas por mais de cinco integrantes, estavam em todos os programas de TV. Era difícil não conhecer nenhuma canção. Era quase impossível não saber como era "essa barra que é gostar de você". Não tinha como não rir das músicas do Molejo e não sofrer junto com as letras melosas do Só Pra Contrariar - que ainda tinha Alexandre Pires no vocal.

Os anos 90 foram mágicos e eles foram ainda mais especiais, porque tínhamos uma riqueza de criatividade nas composições e músicas que eram de dor de corno, mas sem parecer cafona. Eu mesma fui bem pagodeira. Abre um parênteses aqui de detalhes da minha vida. Eu era beeeeeem pagodeira. Ouvia FM O Dia bem alto em casa e sabia todas as letras. Sonhava em ir ao show dos Os Travessos e chorei quando minha mãe não deixou eu ir - pouco tempo depois a banda acabou e Rodriguinho seguiu carreira solo.

Fui ao show do Belo e de tantos outros pagodeiros. Morava em Petrópolis e quase todas as rádios locais tocavam pagode (a exceção sempre foi a Tribuna FM). Adorava Art Popular, Imaginasamba, Katinguelê, Negritude Júnior, entre outros que surgiram no início dos anos 2000, como Bala, Bombom e Chocolate (quem lembra?).

Letras românticas, cavaquinho presente e um coral de vozes que davam sentido à presença no palco de tantos caras junto com o vocalista sem estarem com algum instrumento. Ouvi tudo isso de maneira ativa entre 1997 e 2004. Antes disso, era apenas uma criança que ouvia o que tocava na TV e, eventualmente, no rádio de casa. Daí vem meu conhecimento e gosto por Raça Negra, Ronaldo e os Barcelos e Grupo Raça. Fecha parênteses.


Todo mundo, por mais roqueirinho que seja hoje em dia, já ouviu pagode, já sofreu por amor ouvindo uma das letras, já brincou com o "sabe quem perguntou de você? Ninguém!" e mandou alguém "sair da aba", cantarolando SPC.

Ficou na saudade também e quer ouvir essas músicas? Criei uma playlist no Spotify chamada Pagodão Anos 90. Pra ouvir é só clicar aqui. Se prepare para uma overdose de quase sete horas de pagode!!!
Priscilla
Priscilla

Mãe, esposa, jornalista e dona de casa. Adora cuidar do lar, de música e gatos. Aquela dos olhos coloridos.

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