janeiro 31, 2017

Luto pela MPB FM

Lembro ainda com memória fresca dos tempos que eu ligava o rádio para dormir. Sintonizava minha rádio preferida e ficava ali escutando até pegar no sono. Desligava no meio da na noite e acordava com ela novamente no rádio relógio. Tive momentos de estação preferida. Ou era Antena 1 ou JB FM ou MPB FM ou Nova Brasil FM. Era 2002, eu estava abrindo meus ouvidos para outros estilos além de rock e pagode (sim, eu era de opostos).

Ouvia Lenine com um ouvido aguçado e aprendi a gostar de Moska, Pedro Mariano e Baby do Brasil ali. Lembro com dor no coração quando a Nova Brasil saiu do ar em 2008, sofri. Me doeu também quando a Antena 1 deixou o dial em 2009. As músicas boas estavam ficando escassas.

Foi em 2010 que me joguei com tudo em ouvir a MPB FM, a única que restava voltada apenas à música nacional. Vários relatos desse blog vieram a partir de episódios ouvindo a rádio. Ouvi bastante nas minhas caminhadas para a faculdade de manhã cedo e isso me inspirava!

Aprendi a dar valor à músicas de artistas que eu pouco ou nunca ouvia como Novos Baianos, Maria Betânia, Fafá de Belém, Emílio Santiago, entre outros. A rádio contribuiu para que relíquias da música brasileira não ficassem esquecidas, como canções de Raul Seixas, A Cor do Som, Rita Lee, além das bandas de rock dos anos 80. Ela também foi responsável por me apresentar as novas vozes femininas da MPB como Céu, Mariana Aydar, Roberta Sá, Tiê, Ana Cañas, Tulipa Ruiz, Roberta Campos e Maria Gadú.

Eu ouvia MPB FM indo pro estágio e era quase que uma preparação, porque eu trabalhava na Lapa, em uma redação de jornal. O clima era de MPB. A saideira no bar, a feira do Lavradio, o jeito despojado tudo era MPB. Aos finais de semana, no carro entre a casa do namorado e a minha ouvia Samba Social Clube. Que delícia de clima era! Assim como voltar do trabalho e ouvir o Zoombido.

Ouvia a rádio no carro, em casa, ao lado da cama, na hora da faxina, no trabalho...em tantos lugares. Ouvia.

Porque hoje, 31 de janeiro, a MPB FM se despede do dial. Mais uma gigante que se vai. Tanta história, tanto conteúdo deixado de lado.

Os novos devices são bacanas, ok. Geral curte Spotify, mas nada é como o rádio. Nada é tão  democrático e acessível. Por mais que haja rádio online, saber que uma delas se vai é algo que o país todo perde. Ainda mais uma como a MPB FM, com o diferencial que ela possui.

É triste.
É dia de luto.
A música nacional vive uma crise, o jornalismo vive uma crise, rádios vivem uma crise.

Um pouquinho de minha história se vai com o fim da MPB FM.
#LutoPelaMPBFM
Segura firme, JB FM. E, Antena 1: você voltou há pouco tempo, se segura aí também.

Luto pela MPB fm

MPB é Tudo!

Priscilla
Priscilla

Mãe, esposa, jornalista e dona de casa. Adora cuidar do lar, de música e gatos. Aquela dos olhos coloridos.

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