abril 24, 2014

Mais um alerta de golpe no RJ

Recebi esse alerta de uma amiga por e-mail. Aconteceu com ela aqui no Rio de Janeiro, no bairro da Tijuca. Fica a dica para vocês.

"Vou relatar o que aconteceu comigo na última quarta feira, dia 12 de março:

Era quase 1 hora da tarde, havia deixado o neto na escola e caminhei em direção à minha casa. Da rua Araujo Lima entrei  na Senador Muniz Freire sentido Gonzaga Bastos. Ouvi uma pessoa atrás de mim chamando: “Moça, por favor, me ajuda, preciso saber onde é esta rua!”. Olhei pra trás e vi um homem baixo, baixinho, com cara de desesperado. Não sei se existe gradação  para classificar anões; se existir, ele é do primeiro grau. Perguntei que rua ele estava procurando, ele perguntou se eu sabia ler e tirou do bolso da camisa uma folha de papel dobrada em quatro e eu abri para ler.

Olhei o cabeçalho e o rodapé e não vi endereço algum. No cabeçalho tinha escrito Afonso Schmitd ... Financeira... (não lembro todos os detalhes). Não estava datada e era encaminhado a Antonio Müller. Pelos meus princípios (ridículos) não li o teor mas vi que continha alguns números.  Disse-lhe, então, que eu não tinha como ajudá-lo, pois não havia indicação de endereço. Perguntei pelo envelope  e ele disse que deixou em casa pois tinha molhado. Ele estava vindo de sua  casa em Xerém para pagar uma dívida do pai que havia morrido, com o tal Sr. Schmitd. Eles ficaram amigos no navio quando vieram da Alemanha  e aqui cada um tomou seu rumo. O pai trazia sempre para o amigo produtos da fazenda (queijos, linguiças, ovos).
Algumas vezes ele havia acompanhado o pai que entrava em uma daquelas ruas por ali, mas que ele não se recordava mais qual era. Falou ter tido meningite quando pequeno e por isso sua memória era fraca. Sempre fazendo voz chorosa e apelando para sua ignorância insistia que eu lhe ajudasse, perguntando se eu não conhecia aquele escritório ou alguém com aquele nome pela redondeza.  Afirmei que aquela região era residencial e que não conhecia ninguém com aquele sobrenome.

Foi aí que apareceu outro homem  querendo saber o que se passava. Apresentou-se como contador que estava vindo da casa de um cliente, naquela mesma rua e se prontificou a ajudar. Pegou a carta, leu e disse: “O seu pai não tem dívida, ele tem  dinheiro a receber! E não é pouca coisa, não!”. O tempo todo o baixinho citava “ensinamentos” aprendidos com o pai, sobre caráter e honestidade de um homem. Então, o “contador” disse conhecer um homem que morava na próxima rua e trabalhava em uma financeira. Achava que o nome dele era Schmidt e que se o baixinho estivesse disposto iria com ele até lá para tentar ajudá-lo. O baixinho então disse que só aceitaria se eu fosse com o outro, pois confiava em mim por ter-lhe dado atenção  e que ele ficaria ali naquele ponto onde estava, pois por ser ignorante receava atrapalhar. E aí, lá fui eu, condoída com a história daquele homem.

Numa feliz “coincidência”, quando chegamos ao trecho da rua onde ficava o prédio que morava o tal Schmidt quem estava na porta do prédio, falando no celular?, seu filho, que foi imediatamente reconhecido pelo “contador”.  Este fez questão de mostrar que o rapaz tinha o tipo germânico, louro de olhos azuis. Citamos o nome do pai do “baixinho”, ao que o “louro” disse que estava a alguns meses tentando contato, pois seu pai estava muito preocupado porque fazia tempo que não tinha notícias do outro e que temia que ele estivesse passando necessidade. 

Como devia dinheiro pediu que o filho fizesse o cálculo do valor corrigido e enviasse carta convocando-o para o recebimento. Pediu desculpas por não poder  naquele momento ir ao encontro do “baixinho”, porque seu pai, o Schmitd, havia sofrido um infarto e estava na mesa de cirurgia aguardando o resultado de um exame que ele estava levando. Abriu uma pasta para mostrar o exame (deu uma folheada sem tirar da pasta) e dentro havia cópia da carta que tinha encaminhado ao pai do “baixinho”.  O “contador e o “louro” trocaram os números dos telefones depois que este afirmou que no escritório teria disponível  uns trezentos mil, mas que facilmente levantaria junto ao banco o valor correspondente à diferença.  Assim, voltamos para encontrar o “baixinho” na outra rua. Enquanto caminhávamos o “contador” tentava me convencer em pedir um agrado pelo nosso esforço, mas eu não concordava.

Quando encontramos o “baixinho”, o “contador” sugeriu que fôssemos conversar dentro do seu carro, que estava ali perto, pois íamos falar de importância vultosa e seria perigoso conversarmos no meio da rua. Não concordei, mas fui convencida pelo “baixinho” que dizia que só entraria se eu fosse, pois era em mim que ele confiava. E lá fui eu para dentro do carro! Ali o “contador” argumentou com o “baixinho” a dar uma importância a nós dois. Eu mantinha de que não queria o dinheiro, mas o “contador” insistia em convencer-nos. Até que o “baixinho” foi convencido e me disse que iria dar R$ 120.000,00 a cada um, quisesse ou não.  Então frisei que não ficaria com ele, passaria adiante. A partir daí o “baixinho”, citava repetidamente um dos “ensinamentos” do pai,  “uma pessoa só não deseja uma coisa de outra pessoa se possui a mesma coisa”. O “contador” disse que precisava resolver um negócio que não iria demorar e desceu do carro, ficando eu com o baixinho que pediu que eu explicasse porque as pessoas botavam dinheiro em banco, que segundo seu pai o melhor lugar para guardar dinheiro era em casa, perto dos olhos. 

Quando o “contador” retornou trouxe uma bolsa a tira colo (de nylon) contendo um volume de dólar amarrado com elásticos. Disse ali conter em torno de R$ 300.000,00, que pertenciam a sua mulher que trabalhava com compra e venda de ouro. Aí o telefone do “contador” tocou, era o filho do “Schmitd” avisando que o dinheiro estaria disponível em duas horas e que prepararia os documentos de doação para o “contador” e para mim, a fim de isentar-nos do IR.  Agora, o “baixinho” queria que eu mostrasse também ter dinheiro suficiente para não desejar o dele. O “contador” perguntou se eu tinha dólar para mostrar, eu disse que não.  E na poupança?,  eu disse: Muito pouco!  Então o “contador” explicou que como aposentada eu conseguiria retirar do banco até 20 mil, é lei!

Até agora não sei explicar o que aconteceu comigo, se fui hipnotizada, intoxicada por algum pozinho ou, o que é pior, enrolada pela lábia de dois, digo, três estelionatários profissionais que se aproveitaram da minha boa vontade com o próximo, mas eu fui ao banco,  baixei aplicação e saquei  8 mil. Dentro do banco enquanto aguardava atendimento em fila eu estava nervosa e preocupada em agilizar todo o processo bancário pois havia alguém me esperando.  Quando retornei ao carro, o “baixinho” estava com ânsias de vômito e com forte dor de cabeça e precisava urgentemente tomar um remédio. O “contador” me mostrou no celular o nome da rua Felix da Cunha que era onde o “filho do Schmitd” estava nos aguardando para fazer o pagamento, mas antes teríamos que passar numa farmácia para comprar o remédio. 

Assim que o carro andou o “baixinho” queria contar o dinheiro que eu trouxe. Eu disse que não precisava, pois o banco fazia a contagem, mas ele só confiava no que os olhos viam. E eu passei o dinheiro!  Ele colocou no banco ao seu lado e fez ruído de iria vomitar e enfiou a cara dentro um saco. Quando chegamos à Praça Saens Peña o “contador” entrou à direita e apontou para a Venâncio que fica no entorno. Pediu que eu fosse lá para comprar o remédio. Qual o remédio?, perguntei. Anador, disse. Eu ainda perguntei: Anador, para quem está com ânsias? Sim, a dor é muito grande, disse. Deu-me umas moedas e ainda pediu que eu trouxesse uma garrafa d’água.  Virei para pegar meu dinheiro e o “baixinho” fez novo ruído de vômito e enfiou a cara no saco o “contador” acelerou o carro e eu corri para a farmácia. Logo na entrada peguei uma garrafa de 1,5l e corri para pegar o remédio. Quando saí e não vi o carro, ainda liguei para o celular do “contador” e só deu caixa postal, foi que tive a certeza de que caíra num golpe.

Minha intenção em tornar isso público e para que ninguém caia na conversa desses caras. O alvo são mulheres de mais de 50. Ajude-me a divulgar.

M.C.W. Amaral"


Priscilla
Priscilla

Mãe, esposa, jornalista e dona de casa. Adora cuidar do lar, de música e gatos. Aquela dos olhos coloridos.

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