dezembro 21, 2012

Três desabafos em um

Já tem uns bons anos que passei a reparar que as coisas que digo geram um impacto muito grande nas pessoas. Talvez pela forma de falar, essa minha sinceridade incomoda. Falo tão certa das coisas que pode soar autoritário ou exagerado para quem não quer ver ou para quem é cheio de melindres. Mas uma coisa é certa: o tempo sempre mostrou que o que eu disse era verdade. Algumas vezes de uma forma mais sutil, mas mostra.



Uma coisa que aprendi na vida é deixar que o tempo cale a boca das pessoas. E assim fui (e vou) vendo o castelinho de muita gente ruir com suas verdades e palavras cheias de ódio.

Minha vida tem problemas como de qualquer um, mas as coisas que dão certo dão porque fiz por merecer e tem gente que prefere crer que é tudo injusto, porque não ocorre com elas. Faça por merecer, não fique apenas querendo.



Ouvi de algumas pessoas há uns anos que eu não sabia amar, que não sabia o que era amor, que não sabia valorizar um amor, que eu era sozinha, que eu não me aceitava, que era uma à toa, que era mimada, que era fresca, que era a pior pessoa do mundo...porque eu não fiz o que elas achavam que tinha que ser feito. E é muito fácil alguém que não nos conhece sair falando isso. Elas acham que elas estão sempre certas e não procuram enxergar outra coisa senão o pensamento delas. E ai de quem vá contra isso.



Bom, não sei quem elas são pra dizer que eu não sei amar, o que é amor e que fui (sou) sozinha. Afinal, o tempo cala a boca das pessoas, né? Pouco depois essas mesmas pessoas estavam sozinhas, entravam em relacionamentos que não vingavam e sempre culpavam o outro. Puxa, a culpa é sempre do outro? Se todos os seus relacionamentos não dão certo será que o problema está sempre no outro? Não é possível que a pessoa não olhe para si um pouco e tente rever o que pode estar dando errado! A pessoa só tem relacionamento furada e se dá o direito de opinar sobre o relacionamento alheio.



Entrou ano, saiu ano e a pessoa na mesma merda de nunca ter um relacionamento sólido e ainda assim fica pautando o alheio. E eu? Após essa palhaçada toda que falaram de mim entrei um relacionamento sério, que dá super certo e deu em casamento após anos de namoro. O problema era realmente eu? Era eu mesma que não sabia amar? Pode perguntar pra qualquer um que tenha participado o mínimo no meu namoro pra dizer se tem algo errado, falso, forçado.



Ri alto quando uma dessas pessoas tempos depois me viu com meu marido e disse: que fofo o relacionamento de vocês. VACA! Foi a primeira a dizer que eu não sabia nada de relacionamentos e veio com esse papinho de fofo. Vontade de ter dito: - pena que não posso dizer o mesmo do seu, né? Porque ele não existe mais! - mas seria muito cruel da minha parte e isso eu deixo apenas para ela e sua corja.



E o que mais me impressiona e era tão previsível é que essas pessoas se sentiriam injustiçadas quando me vissem bem, amada e feliz. Não deu outra. Quando fiquei noiva foi um festival de se-ela-pode-eu-também-posso. Teve gente querendo mostrar que também podia, mas botou o carro na frente dos bois e foi direto pra parte dos filhos porque-eu-tenho-ela-não-tem. E fia, nas condições que você teve, de qualquer jeito, prefiro nem ter. E quando casei então? Foi um tal de como-assim-ela-casou, como se eu não tivesse a chance de ser feliz. E seguiu-se um tal de como-assim-ela-tem-uma-casa, como-assim-ela-viajou, como-assim-ela-ganha-mais-que-eu!! Parem! Vivam suas vidas! Enquanto vocês perderam tempo julgando a vida alheia, essa mesma gente seguiu a vida.



Aconteceu comigo e aconteceu com tantas outras pessoas a quem vocês dedicaram longos períodos buscando assunto pra falar.



Daí que parece que acordaram todas de repente e querem ter de uma vez o que levei anos construindo: um relacionamento, uma carreira, uma casa, uma família...e querem tudo a jato! Aí metem os pés pelas mãos, casam com o primeiro que passam, tem filhos sem condições de criar, tem a própria casa sem recursos para bancar...



O fato de eu estar casada e ter as coisa que construí não quer dizer nada. O que eu sou é o que conta. As pessoas comparam as vidas baseados em coisas incomparáveis: amor, sentimentos, personalidade. Construa o seu eu antes de querer sair por aí construindo família.


Não saia por aí comparando sua vida com o outro que aí o tempo, aquele malandrinho que há anos não deixa ninguém na mão, vem e mostra o que é capaz de fazer. Cada um tem seu ritmo, sua história, é responsável por suas escolhas. O que vale para mim, não significa que vale para o outro.


Hoje essas pessoas pagam com a língua pelo que foi dito desnecessariamente lá atrás e as pessoas esquecem que elas também são reféns do que elas dizem, muito mais do que elas fazem. O que você deseja para uma pessoa tem um poder incrível de voltar contra si. Se colocar no lugar do outro é muito importante. Infelizmente ganhei inimizades pelas coisas que eu disse, mas ao invés de ponderarem e pensarem se o que eu disse tinha fundamento, preferiram atacar. Quem já está na defesa, ataca. E foi nessa que eu enxerguei realmente quem gostava de mim mesmo e quem tava ali pra fazer volume.



E eu me pergunto: em algum momento eu estava errada no que falei?



Desejo profundamente de todo o meu coração que cada uma dessas pessoas seja feliz, muito feliz mesmo, até com as escolhas que fizeram. Gente feliz não enche o saco e não tem tempo pra ficar prestando atenção na vida alheia.
Priscilla
Priscilla

Mãe, esposa, jornalista e dona de casa. Adora cuidar do lar, de música e gatos. Aquela dos olhos coloridos.

2 comentários:

  1. você é um espetáculo.... amo muito tudo isso....

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  2. Ai, gente, qnd eu crescer quero ser como vc! Parabens, amiga, pela maturidade, pela sabedoria e por enfrentar essa gnt de cabeça erguida.
    Vc merece toda felicidade do mundo, eh incrivel, tem um coraçao enorme e tenho certeza q so tem coisas boas reservadas pra vc!
    P.s.: Que amor o comment do Rod!! Que vcs permaneçam assim sempre!

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